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A origem de Belford Roxo.

BELFORD ROXO - Na segunda metade do Século XVI, o capitão-mor Belchior de Azeredo recebeu uma sesmaria às margens do Rio Sarapuí, na antiga aldeia dos índios jacutingas. Sarapuí seria uma variante, na língua tupi, de çarapó-y, rio dos sarapós, peixe de água doce em forma de enguia que escapa ou escorrega das mãos, também chamado de faca. 

No local, Belchior fundou a Fazenda Santo Antônio de Jacutinga e construiu uma capela para Santo Antônio numa encosta, a 750 metros da margem do Rio Sarapuí, próximo ao local estabelecido para atividades portuárias.

A região foi ideal para ocupação, com florestas, boa fauna e rios com abundância de peixes e moluscos, bases de subsistência dos chamados povos sambaquianos. No Século XVII, o número de engenhos rapidamente crescia, e a cana-açúcar absorveria quase toda iniciativa dos fazendeiros. O açúcar impulsiona também o crescimento demográfico, com a chegada de escravos às lavouras.

As terras onde está Belford Roxo foram assinaladas pela primeira vez no mapa elaborado por João Teixeira Albernaz II em 1566, entre os rios “Meirth, Simpuiy e Agoassu”. Os índios tupinambás chamavam a região de “Ipuera” (o que foi água), os portugueses chamavam de brejo.

Reprodução do Medalhão com o Rosto do
Patrono de Belford Roxo, Engenheiro Raimundo Teixeira Belfort Roxo
(Arquivo Clube de Engenharia)
Na Fazenda Santo Antônio de Jacutinga foi instalado um engenho de açúcar no início do Século XVII. O local foi o núcleo inicial de uma pequena vila que surgiria no fim do século XIX, cortada pelo Sarapuí, cercado por pântanos e brejais. O rio possuía um porto para escoar a produção: açúcar, arroz, feijão, milho e aguardente.

No início do Século XVII, o Engenho Santo Antônio de Jacutinga foi desmembrado, surgindo a Fazenda Engenho Maxambomba e a Fazenda Engenho da Posse, em Nova Iguaçu. No século seguinte, houve novo desmembramento. Nas terras do engenho de Maxambomba surgiu a Fazenda Engenho da Cachoeira de Mesquita.

Ainda no mesmo século, as terras do engenho de Santo Antônio de Jacutinga voltaram a ser desmembradas para a formação de novos engenhos: do Brejo e do Sarapuí. Após os desmembramentos as terras do Engenho de Santo Antônio de Jacutinga tornaram-se Freguesia de Jacutinga, atual Belford Roxo.

Outro importante engenho foi o do Calundu, na freguesia de Jacutinga. Foi assim chamado não apenas pelos adeptos do calundu, mas também pelos descendentes portugueses, já que este estava inserido na paisagem social desta região. Nas terras desse engenho fica hoje a área onde está situado o Instituto de Arqueologia Brasileira.

Primeiro Brasão. Extinto em 2017.
Na segunda metade do Século XIX, a Baixada já registrava o impacto da produção agrícola extensiva, com desmatamento e assoreamento dos cursos d’água, transformados em áreas pantanosas, fazendo aparecer febres palustres. Em 1850, a situação era de calamidade, com epidemias. Senhores de engenho fugiram para lugas mais seguros, e propriedades foram abandonadas.

As terras hoje pertencentes ao município de Belford Roxo, na século XV, antes da colonização, eram habitadas pelos índios Jacutingas. Estas terras foram assinaladas pela primeira vez no mapa elaborado por João Teixeira Albernaz II em 1566 entre os rios "Merith, Simpuhy e Igoassu." 

Na carta topográfica da capitania do Rio de Janeiro, feita por Manoel Vieira Leão em 1767, aparece claramente nesta região o Engenho do Brejo, que teve em Cristovão Mendes Leitão, desde 1739, um de seus primeiros ocupantes. 

Cortado pelo Rio Sarapuí e, como quase toda a Baixada Fluminense, cercado por pântanos e brejais, possuía em sua margem um porto para escoamento da produção: açúcar, arroz, feijão, milho, e aguardente, como lemos na primeira estatística realizada no Brasil, no governo do Marquês do Lavradio, entre 1769 e 1779, mostrando que este engenho fazia parte da Freguesia de Santo Antônio de Jacutinga. 

Pertencia ao "Capitão Apolinário Maciel e seu irmão, o padre Antonio Maciel, com 35 escravos, fabricando 25 caixas de açúcar e 9 pipas de aguardente." 

Brasão atual. A partir de 2017
Sobre este rio de águas límpidas com trechos encachoeirados, escreve monsenhor Pizarro: "Da Serra da Cachoeira chamada Pequena, situada ao norte, por onde se divide a mesma Freguesia com a de Santo Antônio de Jacutinga, e forma junto à Fazenda de S. Mateus, um pântano, do qual nasce o Rio Pioim, cuja grossura por curvas águas, ou descida de lugares altos, ou depositadas pelas chuvas.

Para esse pantanal aflui a Cachoeira Grande, que se fermenta na Serra do mesmo nome, e está nos limites da Freguesia de Jacutinga, e misturadas umas às outras águas, confluindo igualmente às dos lagos e campos por que passam, se ensoberbecem a ponto de negarem passagem a cavalo (em direitura da Matriz), e permitem entrada a barcos grandes, impedindo por isso o trânsito da Estrada Geral para o distrito da Freguesia do Pilar, por cujo caminho se vai à Serra dos Órgãos, mandou a Câmara fazer, em lugar que pareceu mais apto, uma ponte, para facilitar a comunicação dos moradores do continente, e também o comércio das Minas Gerais. Conservando a Cachoeira Pequena o seu nome, até se confundir com o Rio Pioim , aí o perde, substituindo-lhe a denominação desse rio, porque é conhecido até à estrada do território de Jacutinga, onde principia a ser Rio de Santo Antônio; mas a Fazenda do Brejo, em que há uma ponte, toma o apelido de Rio do Brejo e com ele chega à ponte do distrito de Serapuí de cujo sítio continua com o nome de Rio de Serapuí, até o mar."

O "milagre das águas"
Ilustração da PARÓQUIA NOSSA SENHORA 
DA CONCEIÇÃO DE TINGUÁ "O Milagre das Águas"
Em 1888, uma grande estiagem arrasa com a Baixada Fluminense. A Corte também ficou sem água. Dom Pedro II ficou preocupado. A proposta que agradou a Dom Pedro II, foi a do engenheiro Paulo de Frontin. Nessa proposta o engenheiro se comprometia à captar 15 milhões de litros de água para a Corte em apenas seis dias. Ele conseguiu e esse fato ficou conhecido como "milagre das águas".

O engenheiro Paulo de Frontin tinha um grande amigo e colaborador, um outro engenheiro maranhense que muito trabalhou a serviço dessas obras de abastecimento de água para o Rio de Janeiro, que se chamava Raimundo Teixeira Belfort Roxo , e que um ano depois veio a falecer. O Brejo, uma pequena vila depois de se chamar de Ipueras, Calhamaço Brejo, passa a chamar-se Belford Roxo, em homenagem a esse ilustre engenheiro.


Monumento: A bica da Mulata
Após uma sucessão de proprietários, em 1815, o Padre Miguel Arcanjo Leitão, que era proprietário das terras, em apenas um ano vendeu-as ao Primeiro Visconde de Barbacena Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta, futuro Marquês de Barbacena. 

Em 1843 Pedro Caldeira Brandt, o Conde de Iguassú (filho do Primeiro Visconde e Marquês de Barbacena Felisberto Caldeira Brant de Oliveira e Horta) assume a Fazenda após o falecimento do pai, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro no dia 13 de julho de 1942. Pedro era casado com a Condessa de Iguaçu, Maria Izabel Alcântara Brasileira, filha do Imperador Pedro I com a Marquesa de Santos. Em 1851 A Família Caldeira Brant vende a Fazenda do Brejo para o Comendador Manuel José Coelho da Rocha. Na segunda metade do século XIX quando, devido a um surto das epidemias, que assolaram a Baixada durante a Segunda metade do século XIX, a fazenda entrou em decadência. O assentamento dos trilhos para a passagem da estrada de ferro Rio D'ouro cortando a fazenda do Brejo em 1872, em terras doadas pelos descendentes de Coelho da Rocha, deram início a um movimento de reivindicação para transformá-la em linha de trem de passageiros, pois anteriormente esta ferrovia foi construída para a captação de água nas serras do Tinguá, Rio D'ouro e São Pedro, com colocação de aquedutos ao longo de sua margem.

Localizado na Baixada Fluminense, este município já foi chamado de Brejo, Camalhaço e Ipueras até o ano de 1890, quando adotou o nome de Belford Roxo, uma homenagem a Raimundo Teixeira Belford Roxo, um engenheiro maranhense que realizava serviços para a Corte. O engenheiro Belford Roxo adquiriu grande notoriedade em 1888, quando conseguiu captar quinze milhões de litros de água, durante uma das mais terríveis estiagens que se abateu na Baixada. Desde então, este sucesso no abastecimento de água passou a ser conhecido como o "Milagre das Águas.
Portal de Belford Roxo localizado na Av. Dr. Carvalhaes no Bairro Guaraciaba acesso a Via Dutra.

Foi criado pela Lei Estadual N° 1.640, de 03 de abril de 1990 e instalado em 01 de janeiro de 1993, quando então emancipou-se de Nova Iguaçu. Hoje, Belford Roxo faz divisa com os municípios de Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti, possuindo um área total de 80 km2.

FOTOS ANTIGAS DE BELFORD ROXO:



Antiga Estação de Andrade Araújo entre 
Belford Roxo e Nova Iguaçu / ano 1964.
Foto antiga da Estação Belford Roxo, meados de 1965.





Hino do município de Belford Roxo
Letra por Dinoel Sampaio
Melodia por Sérgio Fonseca


Velho brejo, Velho Brejo!
Onde o sol sempre nasceu sorrindo
Como invejo a tua gente
Essa gente tão vivida
Tão sofrida, tão valente

Essa gente que progride
Que trabalha, que estuda
Essa gente que decide
O que é bom para o lugar

Que é calada e não muda.
Na luta, não se divide
Belford Roxo em sua arte
Sou parte da tua parte
Sou vida da tua vida.(bis)

A canoa nos baixios
De teus rios, de outros cais
Terra boa de outras eras
Primavera, laranjais.

Teu destino, tua história
Na memória dos avós
Faz do hino que eu te oferto
Céu aberto sobre nós.

Fontes:
Publicação: Eufrasio Pereira
Webdesign: EufrasioPereira
Fotografia: Eufrasio Pereira
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